domingo, 23 de maio de 2010

FARMÁCIAS-VIVAS (Medicina popular obtém reconhecimento científico)

O uso de ervas medicinais, muitas delas cultivadas no fundo do quintal, é uma prática secular baseada no conhecimento popular e transmitido oralmente, na maior parte das situações. É difícil encontrar alguém que não curou a cólica infantil com camomila ou erva-doce ou o mal estar de uma ressaca com chá de folhas de boldo, sem qualquer receita médica. Numa população com baixo acesso a medicamentos, como a brasileira, agregar garantias científicas a essa prática terapêutica traz variadas vantagens.

O objetivo do Projeto Farmácias-Vivas é direcionado para a saúde pública, cujas plantas permitem, hoje, o tratamento de aproximadamente 80% das enfermidades mais comuns nas populações de baixa renda.

64 espécies de plantas medicinais disponíveis no nordeste já foram selecionadas e tiveram seu uso analisado cientificamente, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde.



Nas farmácias-vivas, os medicamentos são preparados em laboratório de fitoterápicos sob responsabilidade de um farmacêutico especialmente treinado. Para sua administração, o princípio ativo é mantido nas plantas (e não isolado como faz a indústria farmacêutica) na forma de chás, xaropes, tinturas e cápsulas gelatinosas.
Os bons resultados das farmácias-vivas motivaram o governo cearense a criar o Programa Estadual de Fitoterapia, nos moldes do projeto, que é hoje aplicado em cerca de 30 comunidades do interior, como complemento do Programa Saúde da Família (PSF). O projeto das farmácias-vivas está presente, também, em Brasília e nos municípios de Picos, no Piauí e Altamira, no Pará.


Cienc. Cult. vol.55 no.1 São Paulo Jan./Mar 2003

Postado por:Ana Carolina


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