quarta-feira, 16 de junho de 2010

Estudo aponta relação entre lesões orais pelo HPV e alguns tipos de câncer



Sex, 30 de Abril de 2010 00:00 Rio de Janeiro - Um levantamento, feito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) com base em várias pesquisas, estuda a relação entre lesões orais causadas pelo HPV (Papilomavírus Humano) e a incidência de vários tipos de câncer na região da cabeça e do pescoço – câncer de nariz, boca, garganta, faringe, pele, glândulas salivares e tireoides.

O HPV é uma doença sexualmente transmissível que também pode ser passada de mãe para filho, como a sífilis. É formada por uma variedade de vírus e é considerada fator de risco para o câncer de colo de útero, de pênis e de ânus. A doença é uma das mais comuns no mundo e estima-se que uma a cada cinco mulheres esteja infectada.

Apresentada ontem, durante Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV, o levantamento da UFF aponta "fortes evidências" entre o HPV de alto risco (HPV-16) e tumores nessas regiões da cabeça e do pescoço, principalmente em indivíduos que não fumam ou consomem álcool - fatores considerados de risco para incidência do câncer. "Ainda não está provado, mas existem fortes evidências da relação entre o HPV e o câncer de boca, principalmente o desenvolvimento do câncer de orofaringe - uma região entre a laringe e a base da língua", explicou a pesquisadora Eliane Pedra.

Durante o simpósio, a especialista apresentou estudos norte-americanos relacionando o aumento de tumores malignos na base da língua e amígdala ao comportamento sexual das pessoas. Nos Estados Unidos esses tipos de câncer aumentaram 2,1% e 3,9% entre 1973 e 2001.

O Brasil tem elevados índices de incidência da doença e é considerado um dos líderes mundiais na ocorrência do HPV. O vírus provoca verrugas nos genitais (pênis e vulva) e também no ânus e está associado a 90% dos casos de câncer de colo de útero no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A infecção oral pelo HPV pode ocorrer de diversas formas, entre elas, o sexo oral e o beijo. Como as lesões inicias de câncer de boca e orofaringe são normalmente imperceptíveis, a pesquisadora alerta para importância de se realizar exames periódicos.

A doença é mais frequente em mulheres entre 15 e 25 anos, mas também ocorre entre os homens. De acordo com o Ministério da Saúde, 137 mil novas ocorrências são registradas por ano. No caso das mulheres, o exame preventivo papanicolau é a principal forma de diagnóstico.

Para ajudar a identificar os machucados, a pesquisadora sugere que as pessoas com lesões procurem regularmente dentistas, otorrinolaringologistas e estomatologistas. "Sexo seguro, sempre. Na boca, é preciso ainda uma avaliação cuidadosa e um tratamento especializado", alertou.

Vários tratamentos podem ser indicados para combater o HPV, mas não existe nenhum tipo de prevenção 100% segura porque o vírus pode estar na região pubiana, períneo ou no ânus.

Duas vacinas estão disponíveis em clínicas particulares e são apontadas como forma de combater a doença. No entanto, as doses custam cerca de R$ 300 e a duração da imunidade é relativa. “O sistema preventivo conta, sobretudo, com a informação e o acompanhamento ginecológico. Defendemos que o exame preventivo seja feito pelo menos uma vez por ano”, disse a vice-presidente de Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Claude Primez.

Postado por:Luanna Jessica




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